A Educação não é uma Ilha

Resumo

O objetivo deste artigo é apresentar o processo de concepção e implementação dos programas educativos da galeria que acompanham a exposição de Eva Kotátková, apresentada no CAPC – Musée d’Art Contemporain de Bordeaux e na Galeria Nacional de Praga.

No seu trabalho, Eva Kotátková combina esculturas, objetos, colagens, figurinos e textos em instalações vastas, lúdicas, poéticas e coloridas, para sugerir quão profundamente as nossas vidas pessoais são moldadas pelo nosso ambiente social. Esta abordagem é materializada por máquinas complexas que restringem o corpo ao mesmo tempo que mantêm possibilidades para a sua transformação. Inspirando-se nos dispositivos teatrais, na crítica do ethos psiquiátrico e em certas formas de educação experimental, o trabalho de Kotátková desenvolve-se em estreita ligação com as narrativas – uma narração em fragmentos, espalhados pela exposição, que constituem a imagem do mundo. Meu corpo não é uma ilha expande e elabora questões que estão presentes na obra do artista há muitos anos. Este projeto, especialmente concebido para ser exposto na nave do CAPC, tem a forma de um corpo gigantesco, meio peixe, meio humano; contém e medeia uma miríade de histórias, cuja fascinante litania ecoará por todo o espaço expositivo.

O conceito educacional é criado em colaboração entre o artista, curadores, educadores, professores e alunos. Este artigo explora os desafios colocados à instituição ao colaborar com artistas contemporâneos que percebem e definem as suas exposições como inclusivas e educativas.

Através da ativação da empatia e da imaginação do espectador, Eva Kotátková oferece um espaço de compreensão e tolerância. O principal foco de interesse reside na transformação didática comunicativa das narrativas da arte para a aprendizagem. Estávamos preocupados com quais temas a exposição pode oferecer às escolas e quais práticas pedagógicas de educação em galerias se adequariam a esse propósito.