Música, Pedagogia e Crianças/ Jovens com Deficiência: Considerações Específicas sobre os Invisuais

Autores

  • Nunes Pedro Miguel Oliveira CESEM – Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical Escola Superior de Educação Almeida Garrett – Universidade Lusófona Instituto Piaget Instituto Superior de Ciências Educativas

DOI:

https://doi.org/10.34639/rpea.v9i2.134

Palavras-chave:

Música, Deficiência, Inclusão, Ensino Musical, Invisual

Resumo

Nos últimos trinta anos, muitos estudos científicos vieram provar a importância da Música em termos terapêuticos, cognitivos, emocionais e sociais, especialmente nas crianças. Objectiva ou subjectiva, individual ou colectiva, interpessoal ou intrapessoal, a Música amplia a descoberta do Mundo e desenvolve o cérebro no seu todo (Jeandot, 1993: 19). Não admira que a Música seja extraordinariamente importante na Educação Especial, na medida em que ela reduz as limitações provocadas pela deficiência, aumenta a independência global dos indivíduos e ajuda as crianças com deficiência a integrarem-se na família, na escola e a ganharem competências sociais. Seja através da Percepção Auditiva, da Prática Instrumental, da Prática Vocal ou de Exercícios de Musicalização mais generalistas, os professores devem usar a Música nas suas estratégias pedagógicas para reduzir substancialmente as dificuldades que as diferentes deficiências colocam às crianças. Este artigo é o resultado do meu trabalho como Orientador de diversos estágios e de diferentes Teses de futuros educadores e professores do 1.º Ciclo, os quais aplicaram diversas metodologias – Kodály, Willems, Orff – nos seus contextos profissionais de trabalho pedagógico com crianças com deficiência – em particular com invisuais, surdos e autistas – e mostra, de uma forma evidente e sustentável, como a Música é fundamental e essencial tanto na Educação Generalista como na Educação Artística (Vocacional) como uma estratégia activa e lúdica no atenuar da deficiência, seja através da Prática Instrumental (com o desenvolvimento da motricidade fina e grossa, com a exploração do som, com a utilização do corpo como um instrumento, etc) ou da Prática Vocal (onde a voz é optimizada como uma extensão do corpo, onde se trabalha a melodia, a memória, a produção vocal expressiva, a afinação, o canto coral, etc). Através e com a Música, as crianças com deficiência melhoram substancialmente a sua performance física e intelectual, em particular através de processos repetitivos – palavras, ritmos, canções, peças instrumentais – tornam-se mais felizes e “educate themselves for the integration and inclusion, building a more just society” (Berenguer, 2010: 25).

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Publicado

2020-05-29