Contributos Metodológicos e Programáticos para o Processo de Ensino e Aprendizagem do Canto Coral no Ensino Básico

Autores

  • José Carlos Bago de Uva Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos; Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia – Madeira

DOI:

https://doi.org/10.34639/rpea.v3i1.99

Palavras-chave:

Canto Coletivo, Canto Coral, Processo Ensino e Aprendizagem, Ensino Básico

Resumo

Considerado por muitos como verdadeira “ferramenta global de aprendizagem”, o canto praticado em contexto escolar assume particular relevo na tomada de consciência educativa que não devemos menosprezar face ao quadro curricular atual, muito em especial no ensino básico, terreno privilegiado para o incremento de uma estrutura programática e metodológica que, desde a expressão cantada mais natural e espontânea do cantar em conjunto na sala de aula, até ao desempenho mais criterioso e formal do canto coral na escola, permita às crianças, a partir do ensino genérico, como alegava Willems, cultivar as riquezas e as exigências do “encontro com o outro” através duma aprendizagem e de um desempenho qualitativamente proficiente e reconhecido.
Face ao regime de autonomia curricular que a Região Autónoma da Madeira (RAM) dispõe, foi tipificado o presente plano de competências proposto para ser instruído evolutivamente no decurso do processo ensino e aprendizagem do canto coletivo 1 exercido desde a primeira infância (pré-escolar) e ao longo da escolaridade básica, princípios testados e aplicados nas escolas da Madeira, através do projeto ‘Crescer a Cantar’, desde 2010.
O modelo de cone em espiral, aqui originalmente apresentado, procura assim sistematizar o resultado de um processo de experimentação, pesquisa bibliográfica e questionamento pessoal, face às práticas observadas no âmbito da coordenação da Modalidade Artística de Canto Coral nas escolas do ensino básico na Madeira, cargo que o autor exerce nesta região insular desde 2003, através da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia.
Ao ter por base a triangulação de teorias de pedagogos e autores que para si se tornaram referenciais na área a que se reporta a presente proposta, surge com o propósito de fornecer orientações metodológicas e programáticas aos professores que pretendam fomentar a prática do canto coletivo (coral) com contornos de qualidade e maior rigor nas suas escolas, no pressuposto de que o respetivo enquadramento curricular lhes propicie a implementação de projetos lineares e
progressivos ao longo do nível de escolaridade que lecionam e níveis subsequentes, não subestimando a importância basilar duma abordagem criteriosa e consciente do canto em conjunto na sala de aula, prática comum nas aulas curriculares dos primeiros anos dos níveis iniciais do ensino genérico.A analogia com a espiral de Swanwick e os fundamentos da educação musical Willemsiana são referências evidentes no modelo aqui apresentado, esquematizado através dum cone em espiral ascendente, constituído por 8 níveis de Saberes, conceitos programáticos cuja significância abrangente resume metaforicamente, em cada um dos seus estádios de desempenho, o perfil de competências sócio-educativo-musicais e artísticas que os alunos devem apropriar e desenvolver tendo por base as 4 dimensões consideradas, no enquadramento a que se reporta este artigo, como estruturantes para a aprendizagem e desenvolvimento da prática coral nas escolas da RAM, em articulação com os grandes organizadores do Currículo Nacional do Ensino Básico no que concerne à educação artística para o ensino genérico.
Propõe-se desta forma, que a divulgação do modelo aqui patenteado constitua um potencial referencial de dinâmicas de ensino indicadoras do desenvolvimento musical ao nível do canto coletivo praticado na escola pelos alunos do ensino básico na RAM, assim como, com base na sua fundamentação, se possam igualmente estabelecer critérios de apreciação e avaliação dos coros escolares, não só em contexto letivo formal, como em ocasiões de partilha pública.

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Publicado

2013-09-06